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12 de dezembro de 2017

Papa Francisco e a CNBB destacam a importância da participação dos leigos na política

Neste Ano do Laicato que terá coincidência com a movimentação eleitoral em torno de eleições no Brasil, o tema da participação dos leigos no campo político deverá ser retomado nas comunidades de todo o País. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sintonia com a palavra do episcopado latino-americano e caribenho, em documento aprovado na assembleia geral do ano passado, “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade” (Doc. 105), traz orientações práticas para o assunto. E o Papa Francisco voltou a tratar da temática em mensagem que enviou aos participantes do encontro sobre política promovido pela Comissão para a América Latina (CAL) e pelo Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), que aconteceu na semana passada, nos dias 1 e 3 de dezembro, em Bogotá, na Colômbia. Para o Papa Francisco, “no mundo da política, sendo missão do cristão leigo direcionada de modo especial para a participação na construção da sociedade, segundo os critérios do Reino, três elementos são fundamentais: formação, espiritualidade e acompanhamento”

Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade

Proposta

O documento 105 da CNBB recorda: “no mundo da política, sendo missão do cristão leigo direcionada de modo especial para a participação na construção da sociedade, segundo os critérios do Reino, três elementos são fundamentais: formação, espiritualidade e acompanhamento” (no. 263).

Para se chegar a realização desses princípios, a CNBB propõe uma série de seis iniciativas que precisariam ser tomadas pelas comunidades. A primeira é a de estimular a participação dos leigos na política: “Há necessidade de romper o preconceito comum de que a política é coisa suja, e conscientizar os leigos e leigas de que ela é essencial para a transformação da sociedade”. A segunda iniciativa sugerida no documento é “impulsionar os cristãos a construírem mecanismos de participação popular que contribuam com a democratização do Estado e com o fortalecimento do controle social e da gestão participativa”. A terceira é “incentivar e preparar os cristãos leigos e leigas a participarem dos partidos políticos e serem candidatos para o executivo e legislativo, contribuindo, deste modo, para a transformação social”.

Na lista das iniciativas sugeridas pela CNBB, os bispos lembram que é preciso “mostrar aos membros das nossas comunidades e à população em geral, que há várias maneiras de tomar parte na política: nos Conselhos Paritários de Políticas Públicas, nos movimentos sociais, nos conselhos de escola, na coleta de assinaturas para projetos de lei de iniciativa popular, nos comitês da lei 9840/99 de combate à corrupção eleitoral e da lei 135/2010, conhecida como lei da ficha limpa”.

A quinta sugestão de iniciativa presente na 3ª e última parte documento que trata da “Ação Transformadora na Igreja e no Mundo” é: “incentivar e animar a constituição de Cursos e/ou Escolas da Fé e Política ou Fé e Cidadania, ou com outras denominações, nas Dioceses e Regionais”. E a última recomendação dessa passagem do documento: “acompanhar os cristãos que estão com mandatos políticos (executivo e legislativo), no judiciário e no ministério público e os que participam de Conselhos Paritários de Políticas Públicas, a fim de que vivam também aí a missão profética, promovendo reuniões, encontros, momentos de oração e reflexão e retiros”.

Papa Francisco

Na mensagem em vídeo enviada aos cristãos envolvidos na política que se reuniram no começo do mês na Colômbia, o Papa recorda uma citação muito conhecida dos seus Predecessores, que se referiam à política como uma “alta forma de caridade”, ou seja, um serviço inestimável de dedicação ao bem comum da sociedade.

Há necessidade – insistiu o Papa – de novas forças políticas, que brilhem pela sua ética e cultura; que façam uso do diálogo democrático; que conjuguem a justiça com a misericórdia e a reconciliação; que sejam solidárias com os sofrimentos e esperanças dos povos latino-americanos. Neste sentido, Francisco exclamou: “Quanto precisamos, hoje, na América Latina, de uma política boa e nobre! Quanto precisamos de protagonistas! ” E continuou: “O Continente latino-americano precisa de defesa do dom da vida, em todas as suas fases e manifestações; precisa de crescimento industrial e tecnologia sustentável; precisa de políticas corajosas para enfrentar o desafio da pobreza, da desigualdade, da exclusão e do subdesenvolvimento”.

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