Nasceu no dia 18 de junho de 1920 em Solagna - Vicença, Itália. Ficando órfão de pai ainda em tenra idade, imigrou par ao Brasil coma mãe e irmãos, todos maiores dele.

Começou seus estudos em Ana Rech, Caxias do Sul, e terminou o curso Ginasial em 1936 no Seminário Nossa Senhora da Conceição em São Leopoldo, RS.

No dia 17 de janeiro de 1937, em Ana Rech, vestiu a batina benta pelo Superior Geral Pe. Luís Casaril, em visita ao Brasil. Fez sua profissão perpétua na Congregação dos Josefinos de Murialdo em 19 de março de 1943.

Foi ordenado sacerdote em Ana Rech, no dia 23 de março de 1947. Pe. Cornélio todesco foi uma das primeiras flores que os Josefinos puderam colher nestas terras do Brasil, isto é, uma das primeiras vocações que, acrescidas e alimentadas com todo o esmero pela seiva da Divina Graça, puderam entrar nas fileiras dos Operários do Senhor.

Era dotado de grande inteligência, memória tenaz, intuição pronta, pelo que não foi fácil enriquecer seu espírito de uma vasta cultura. Cultivou o canto, música, liturgia, pintura, oratória sacra, filosofia escolástica, e dedicou-se com afinco a muitas disciplinas culturais facultativas.

Caráter esplêndido! Mostrou sua alma sempre aberta a todos os horizontes do bem, e a todas as formas de apostolado moderno. Organizou a devoção na Grutinha em 1951, promoveu e fundou a Festa dos Motoristas quer na Grutinha, quer em São Cristóvão na Encruzilhada de Ana Rech em 1955, organizou torneios, exposições missionárias, teatros; era brilhante nas excursões.

Foi mestre abalizado de seminaristas maiores. Passou um ano de estudos e viagens na Itália em 1953. Foi membro do Conselho Provincial por sete anos.

Onde, porém, O Pe. Cornélio deixou rastros mais belos de sua alma e dotes, foi com os pequeninos pobres, no bairro Partenon de Porto Alegre, RS. Lá em 1954 ele iniciou ao “Obra Social de São José de Murialdo”, que devia a pouco e pouco desenvolver-se para regenerar aquele bairro.

Em breves anos Pe. Cornélio, com sua dinâmica atividade de início a um complexo de Obras Sociais, assistenciais, esportivas, estudantis, que chamaram a atenção, simpatia e admiração das Autoridades religiosas e civis.

A Paróquia dedicada ao Patrocínio de São José, transformou-se de árido e abandonado bairro, em perfumado jardim de atividade religiosa e social. Era seu ardente desejo dar início quanto antes à construção de um grande Santuário de São José, projetado por sua iniciativa, desejando que se tornasse um importante centro de propagação da devoção a São José.

Em Porto Alegre todos conheciam a Obra Social de São José de Murialdo, e o Pe. Cornélio, e todos seguiam com interesse e atenção a transmissão de “Ave Maria das Crianças” Irradiada por padre dos pequeninos, todas as tardes.

Acabado o período de diretor em Porto Alegre, Pe. Cornélio foi destinado em 1960 a dirigir o ginásio Nossa Senhora Mãe dos Homens em Araranguá, SC.

Na tarde de 13 de janeiro de 1961, foi com outros confrades de lá e do Abrigo de Menores de Caxias do Sul, retemperar as energias na praia na praia do Atlântico a 9 km da cidade. Última sair das águas com o Irmão Arcângelo Rasadore, foi debalde esperado na Camioneta do Abrigo pelos outros, que, decorridos poucos minutos desde a separação, alarmaram-se procuraram, mas as ondas o levaram, e as espumas diziam “adeus” aos desalentados padres e irmãos martirizados pela confirmação da suspeita da catástrofe.

Decorridos 40 minutos, já alarmada a cidade de Araranguá, um senhor anuncia ter encontrado e retirado das águas três km ao sul, um cadáver de pessoa gorda, ruiva ET.

Com o máximo pesar entrava o Reitor do Ginásio exangue para sua residência por entre desafagos de lágrimas incontidas. A cidade de Araranguá continuou por mais de 24 horas a das plangências funéreas. Entre preces, choros, apóstrofes sentimentais das mães dos alunos, velas e uma cidade feita alas numa avenida, partiu o esquife do Pe. Cornélio rumo a Porto Alegre, entre seus caros meninos da Obra Social, entre ex-companheiros de trabalho, e entre os corações aturados de veemente dor da velha mãe, irmãos e parentes. Não só Partenon, mas toda a cidade inteira se achou ao lado do Pe. Cornélio cadáver ara um adeus em prece adolorada!

Transportado a Ana Rech, encontrou-se com uma imensa multidão de povo n a Encruzilhada. Aos atos religiosos estavam também presentes numerosas pessoas pertencentes às capelas da Paróquia.

Pe. Cornélio, abençoa-nos todos, e protege os amigos que quiseram recordar-te nesta biografia.

Esta biografia escrita e publicada por ocasião

Do 6º mês da morte do Pe. Cornélio Todesco.

Caxias do Sul, RS, 13 de julho de 1981.

Constas os nomes de mais de setenta confrades e amigos.