ANTONIO GHIRIGHINI, Ir.
Caprarola, Viterbo - Itália, 18 de abril de 1922
Caxias do Sul, RS - Brasil, 29 de abril de 1998

Filho de Michele Ghirighini e de Francesca Ruzzi Ghirighini. Tinha 4 irmãos e uma irmã. Perdeu o pai com cinco anos e então foi para um orfanato. Aos 12 anos foi transferido para uma colônia agrícola de Sezze Romano, dirigida pelos josefinos.

 

Entre outras coisas era o encarregado de lustrar os calçados do Ir. Simone Del Bosco, diretor. Certo dia, enquanto engraxava os sapatos, este irmão perguntou se não queria ser irmão igual a ele: um Irmão Josefino. A resposta foi imediata e positiva.

 

Ao completar 17 anos foi diretamente para o Noviciado em Vignone (Turim). Isto aconteceu em 1939 junto com outros 59 noviços. Foi um ano difícil pois, devido à guerra, a comida era racionada: só podia comer 100 gramas de pão por dia e 100 gramas de carne por semana. Sua sorte era trabalhar na horta, onde não faltavam verduras e frutas para matar a fome.

 

Terminado o Noviciado foi a Pinerolo, onde ficou por quase 13 anos. Aí aprendeu a trabalhar com gráfica. Fez Profissão Perpétua, como Irmão Religioso Josefino, em Pinerolo, aos 26 de outubro de 1945. Em 1952, Pe. Luigi Casaril, superior geral, através de uma carta convidou-o a vir organizar uma gráfica, em Caxias do Sul.

 

Com a alegria e disponibilidade que lhe eram características, partiu da Itália aos 8 de dezembro de 1952 e chegou no Brasil no dia 18. Dia 7 de janeiro de 1953 tomou posse no ex-Abrigo de Menores São José, atual Centro Técnico Social, professor da gráfica, para os alunos internos.

 

Irmão Ghirighini assumiu com muito amor esta nova terra. Voltou apenas duas vezes para a Itália, e isto por muita insistência dos parentes e superiores.

 

Ir. Ghirighini, como era chamado, sempre trabalhou na Gráfica do Centro Técnico Social, setor que além de preparar muitos gráficos para outras gráficas da cidade sustentou por bom tempo a maioria das atividades com crianças e adolescentes nesta obra. Ir. Antônio foi um batalhador incansável. A ele a gratidão dos confrades josefinos no Brasil.

 

A alegria  era caracteríitica incansável no Ir. Ghirighini . Tinha uma invejável capacidade de descontrair a comunidade nos momentos de tensão. Conseguia, como ninguém, brincar sem humilhr as pessoas. Nos encontros de província, nas festa em que participava deixava a colaboração de quem queria ver as pessoas alegres, animadas. 

 

Procurava estar entre as crianças  e adolescentes nos pátios, após o almoço e a maneira que encontrou para animar os pequenos era apostar corridas com eles. Sempre com sua jovialidade acompanhava os meninos inernos ns passeios dominicais,  nos jogos de futebol, na cidade.

 

Ir. Antônio nos deu um testemunho de determinação  e de otimismo perene. Órfão ao scincos anos - ninguém o ouvia lamentar aperda tão preciosa em tão tenra idade.

 

Há pouco mais de um ano fazendo exames de rotina, seu médico constatou algo estranho em seu pulmão; feitas os exames necessários comprovou-se a presença de tumor maligno. Então começou a luta contra a doença que implacavelmente foi se alastrando pelos ossos, órgãos internos apesar de muitos tratamentos a que se submeteu com paciência e coragem. Há um mês, o mal chegou ao cérebro que o fez perder aquela faceirice constumeira e aos poucos foi se entregando até que no dia 29 de abril de 1998, tendo completado 76 anos no dia 18/04, entregou seu espírito ao Senhor da Vida, apagando-se serenamente, sendo assistido por diversos confrades, pelo médico amigo há mais de 20 anos, Dr. Democratino e pelo funcionário da gráfica, Sr. Deniz Della Valle.

 

Na certeza de que a vida não lhe foi tirada, mas transformada, e estando “nas mãos de Deus está em boas mãos”(S. L. Murialdo) louvamos e agradecemos a Deus pela vida e pelo testemunho alegre deste nosso Ir. Antonio Ghirighini. Que Deus lhe dê o descanso merecido e a Vida Eterna como recompensa pela sua fidelidade. Descanse em Paz.