Filho de Paulo Argenta e Valentina Cosma Argenta.
Com seus 15 anos, o jovem Angelo Argenta foi testemunha da chegada dos Josefinos em Ana Rech, em 1928, mas fora evangelizado e recebeu os primeiros sacramentos no tempo dos Padres Camaldulenses.
Já adulto, em 1932, passou a ser interno no Colegio Murialdo, com o fim de ser religioso. Fez o noviciado no ano de 1934 e a Primeira Profissão em 1935. Em 1946, por breve tempo, trabalhou em Canela. Em 1955, trabalhou por 10 meses em Fazenda Souza e depois foi transferido para Porto Alegre, onde ficou até 1958. O resto de sua vida foi vivida em Ana Rech, sua terra natal.
Ir. Angelo sempre se caracterizou pela simplicidade, trabalho e bondade de coração. Era presença serena e alegre, procurando com suas piadas e fatos pitorescos descontrair as pessoas que encontrava em seu caminho. Para todas que dele se aproximavam, tinha sempre fato novo para contar, uma palavra de ãnimo; cultivava boas amizades e sentia-se muito feliz e agradecido pela atenção dos amigos, grandes ou pequenos: até nos últimos dias, nunca deixava de manifestar seu agradecimento às pessoas que o visitavam. "Ser alegre" era um dos propositos mais vezes repetido nas anotações de seus retiros e em bilhetes avulsos onde recolhida pensamentos que animava sua vida. A alegria, segundo suas anotações, devia brotar da certeza de estar na presença e comunhão com Deus.
Quanto aos estudos tinha apenas o curso primario. Por longos anos trabalhou como motorista, e, antes dos carros, conduzia as carretas puxadas pelas mulas; por diversos anso foi o responsável pela industrialização do vinho e pela manutenção geral da casa no Colégio Murialdo.
Nos fins de semana assitia nos pátios do Colégio enquanto as crianças, jovens e adultos praticavam esportes. Sempre foi uma presença serena e educadora entre os jovens e as crianças. Cultivando as flores, no jardim, cultivava no coração das crianças o amor e o respeito para com a natureza. Cuidava também de um viveiro multi colorido e canoro de passarinhos que sempre atraia a atenção dos pequenos e adultos.
Nos últimos anos de sua vida, já não podendo trabalhar, não deixava porem de estar entre os alunos, nos recreios da manhã e da tarde. Enquanto pode caminhar, diante de um grupo de alunos que o visitava em seu quarto, como muito esforço, conseguiu fazer soar estas palavras: - "Eu amo vocês, eu rezo por vocês..." . Sem dúvida, além de amar as crianças ele sabia fazer-se amar por elas.
Sempre atento às necessidades das pessoas, nos últimos anos, descobriu que poderia ser útil como Ministro da Eucaristia, então, enquanto suas forças lhe permitiram de caminhar, nas suas visitas aos doentes, levava o tesouro do Corpo de Cristo e o consolo cristão aos seus coetâneos e conterrâneos enfermos. Certamente, no céu, ele foi recebido por muitos destes doentes aos quais levava a Comunhão e que tinham partido antes dele.
Não conseguindo mais ler as diversas orações, em seus livrinhos gastos pelo manuseio diário, sua oração principal era o terço que dedilhava varias vezes ao dia e a Eucaristia diária. Prevendo dificuldades de se deslocar até a Igreja, nos fins de semana, procurava garantir antecipadamente com algum confrade sacerdote a celebração da Eucaristia na qual pudesse participar.
Fidelidade à oração, à Eucaristia diária, à confissão frequente, ao trabalho feito com amor e humildade, atenção carinhosa para com as pessoas de todas as idades, isto tudo fez do Ir. Angelo um grande modelo de josefino que Deus colocou no meio de nós.
Ir. Angelo, muito obrigado pelo testemunho que você foi para nós e para muitos jovens e crianças. Voce cumpriu sua missão. Descanse em paz, e intercede a Deus por nós.
Pe. Celmo Lazzari - provincial