UMBERTO PAGLIANI, Pe.
Modena (Itália), 10 de outubro de 1883
Jaguarão (RS) , 08 de fevereiro de 1932

Filho de Giacomo e Domenica Franchini, nasceu em Modena (Itália) em 10 de outubro de 1883.

Começou seus estudos no  Instituto S. Cuore de Modena, ainda dirigido pelo sacerdote diocesano Della Vale. Este  entregou  oficialmente o Colégio a Leonardo Murialdo em 18/3/ 1899, quando Umberto  tinha 16 anos e estava terminando o colegial.

A partir dessa data, um  Josefino passou a presidir o Colégio de Modena, ainda ajudado por alguns diocesanos. No início de outubro 1899 tomou posse do Colégio uma Comunidade  Josefina dirigida por P.  Giuseppe  Vercellono, o grande arquiteto da vocação de Umberto. Os internos eram 36.

Umberto, tipo extrovertido e muito inteligente, com uma jovialidade piedosa  e generoso,  se encantou com os Josefinos . No final de 1899, fez pedido para entrar na Congregação dos Josefinos como postulante. Foi o primeiro postulante do Colégio, dando início a uma gloriosa turma de confrades oriundos  daquela Obra, a penúltima aberta por Murialdo.

Em 30/03/1900 Umberto, como postulante, juntou-se ao  imenso luto da Congregação pela perda do Fundador, Leonardo Murialdo, a quem ele conheceu em Modena. Em 19/03/1901 Umberto começou o noviciado em Volvera sob a orientação do professor padre Marcello Pagliero. Fez sua primeira profissão em 09/05/1902. Após continuou como professor em Volvera e, em seguida, em Modena de 1903 a 1905. A Revista Vita Giuseppina  nº 3 de 1932 descreve o seu magistério:

"No magistério Umberto edificou os confrades e jovens que ainda se lembram dele por seu trabalho, por seu zelo, por sua piedade; por sua característica vivacidade serena e composta, aspecto sorridente e palavras encorajadoras amava seu trabalho educacional, e imprimir nos jovens de então salutar  impressão que não se desfez  depois de trinta anos implementada pelo bom velho mestre, inteligente, edificante". Durante o ensino Ch. Umberto estudava para o sacerdócio (Filosofia em Modena 1900-1903) e Teologia (Volvera 1906).

Já em 1904, em Turim, ele recebeu as ordens menores.

08/12/1905 O clérigo Umberto, ao final do retiro com 44 confrades,  fez sua profissão perpétua diante do Superior Geral P. Giulio Costantino.

Em 1906 em Modena recebeu o subdiaconato e o Diaconato e em 23/09/1906 foi ordenado sacerdote na capela do Colégio de Modena, onde cresceu e desenvolveu sua vocação sacerdotal e Josefina; na sua terra natal Modena !

Os primeiros anos como sacerdote permaneceu em Modena onde ele estava à espera de outra graça: ser um Josefino missionário!

Em 09/10/1908 partiu para a missão na África, na cidade de Benghazi, na Líbia. Mais tarde, P. Umberto foi feito Superior da Missão com os seguintes membros: P. Baldelli, Irmão Maurizio Costa, irmão Giuseppe Apolloni, irmão Giacomo Rosso e irmão Francesco Airale. "P. Umberto imediatamente provou modelo de piedade e diligência. Oração, estudo cuidado das crianças no trabalho e na escola, eram as ocupações que enchiam seus dias e que realizava com pontualidade exemplar e compromisso. E sempre com a alegria habitual no rosto e piadas inteligentes em todas as circunstâncias que o fizeram simpático e adorado por todos "- disse um dos seus confrades. Ele aprendeu logo árabe o suficiente para realizar o seu apostolado entre os africanos de nossas duas obras, mas também para os árabes próximos de nossas obras para receber os benefícios do "Monte di Pietá" e aqueles ocupados nos trabalhos da missão. Ele também dedicou-se aos pacientes que frequentam a nossa clínica e pequeno hospital. Quase todos  gravemente doentes e morrendo buscava ministrar o batismo. O mesmo foi com os meninos pensionistas assistidos. Chegou a  enviar dois africanos para estudar na Itália, lá mortos em 1911. Outros quatro (dois dos quais começaram o noviciado - Bisciara Giuseppe Abdala Pancrazio em 1909 e em 1911). Os quatro retornou à África com uma boa preparação profissional.

A missão foi submetida a perseguição e destruição. Em 1912 o Pe Girolamo Apolloni,  conhecedor da missão, os visitou para ajudar a resolver a situação. Mas as coisas se precipitaram a ponto de, no início de 1914, excluir a categoria de terra de missão Tripolitania e Cirenaica. O Superior Geral P. Eugenio Reffo, não viu nenhuma outra solução do que  encontrar um lugar para os nossos missionários no novo e recente Missão do Brasil. Inicialmente, no início de dezembro de 1914, ele mudou Umberto P. Pagliani com o P. Vito Zanon.

P. Umberto Pagliani, com a bênção do P. Reffo, em 31/01/1915, partiu para a missão do Brasil, acompanhado pelo irmão Ermenegildo Guerrini.  Eles foram recebidos em Quinta (Paróquia e Escola Agrícola) com grande alegria pelos dois primeiros pioneiros (Pe. Oreste Tromben  e Pe. Giuseppe Longo).

Em 27/11/1915 Pe. Oreste Tromben, superior da Missão do Brasil, e Fr. Giuseppe Longo tomaram posse da paróquia de Jaguarão (segundo trabalho) e P. Humbert foi nomeado pároco de Quinta e diretor de Obra. Sua experiência bengasina lhe rendeu muito.

Apenas aprendido o  Português viu-se a seu encargo também a administração da extensa campanha  pertencente à Paroquia de Quinta.  Na visita pastoral de dezembro de 1916, o Bispo estava satisfeito com o trabalho paroquial e a vitalidade da nossa  escola. Pe. Umberto. aproveitou para informar o Bispo de dificuldades da Escola no sentido de falta de pagamento das quotas conveniadas com o Município. No abril de 1919, o Pe. Oreste Tromben retorna a Itália para o VI Capítulo Geral.  Ele chegou em Quinta 13/09/1919 com P. Clemente Ughetto e o irmão Casimiro Peretti.

Com as novas chegadas, as duas comunidades permaneceram assim: Quinta com Pe Umberto Pagliani, irmão Ermenegildo Guerrini, P. Clemente Ughetto e de novembro Pe Luigi Balbi.

Jaguarão com o padre Oreste Tromben, P. Giuseppe Longo, irmão Casimiro Peretti. Em 1920 veio o George P. Apolloni eo irmão Carlo Arlunno.

A 14 de junho de 1920 o Pe Umberto cumprimentou seu confrade Fr. Luigi Balbi, e Giuseppe Longo e o irmão Carlo Arlunno de Jaguarão, que partiram para o Estado do Paraná para uma possível abertura de Obra em Ponta Grossa.

No início de 1921 Pe. Umberto Pagliani foi transferido para Jaguarão, passando o Pe. Oreste Tromben a residir em Quinta. Como pároco de Quinta indicou Pe. Clemente Ughetto (2 de abril).

Pe Umberto foi impactado, como toda a missão, com a morte do virtuoso P. Giorgio Apolloni, por muitos anos  mestre de noviços na Itália, acontecida em 21 de novembro de 1921.

Em 1922, a expedição de Ponta Grossa não teve sucesso. O Pe. Giuseppe Longo volta para a Itália em 23 de abril, o irmão Carlo Arlunno voltou a Quinta em abril e P. Luigi Balbi voltou para Jaguarão em 12 de julho.

Ambos Oreste P. Tromben e o Pe Umberto Pagliani estavam ocupados na abertura de novas campos na Missão do Brasil. Já lhes haviam sido oferecidas em Porto Alegre e outras dioceses do Rio Grande do Sul.

Enquanto isso, corriam notícias de abertura da nossa nova missão de Napo (Equador). Na Missão do Brasil chegava ao seu final a escola de Quinta por causa da proibição de ministrar catecismo por parte da nova Gestão Massonica do Município.  Em 01/08/1922 Pe. Oreste Tromben se retira da comunidade de Quinta.

Pe. Oreste já tinha a obediência  e malas prontas para ir para a Missão do Equador com três irmãos leigos: Ermenegildo Guerrini, Casimiro e Carlo Peretti Arlunno.

Partiram em 16/081922, através de Valparaiso no Chile. Ficaram em Jaguarão (a partir dai somente na obra Missão do Brasil) Pe. Umberto Pagliani, pároco e diretor, Pe. Luigi Balbi, Pe. Clemente Ughetto e Frater Giacomo Orso.

A partir de abril de 1923, o bispo de Pelotas perguntou  a Pe. Umberto Pagliani de assistir pastoralmente na Paroquia de Quinta e outras vilas da vasta região dos pampas. De Jaguarão se chegava á fronteira extrema do Brasil (Santa Vitória do Palmar a 210 quilômetros).

Apesar da ameaça de transferir todos os outros confrades do Brasil para o Equador, Pe. Umberto Pagliani foi nomeado Superior da Missão do Brasil. No 16/09/1923 Pe. Umberto teve que conformar-se com a perda de outro irmão que partiu para a Itália: Fr. Giacomo Orso. Felizmente, em 12/06/1924 chegou em Jaguarão um novo missionário Padre Joseph Baldelli.

Em 1924 ele conseguiu obter do presidente do Estado do Rio Grande do Sul (Porto Alegre) permissão para dar aula de religião em escolas públicas.

Em Jaguarão Pe. Umberto começou a realizar o sonho de um Patronato Juvenil.  Em 09/09/1924 começou a coleta de material para a construção de uma comissão ad hoc. A construção terminou em 22/06/1926 e logo começaram  as atividades. Iniciou com uma tipografia comprada e adquirida pelo seu irmão Adolfo, e uma escola paroquial dirigida pelas Irmãs Franciscanas.

Em 28/04/1925 Pe. Baldelli tomou posse da Paróquia S. Vitória do Palmar com residência permanente (sozinho).

Em agosto 1925 Pe. Pagliani voltou para a Itália, vítima de calúnia sobre sua conduta a Santa Vitória do Palmar. Era provável a sua permanência na Itália. Em 15 de Novembro, o Conselho Geral autorizou-o a retornar. Antes, porém, ele foi recebido pelo Papa Pio XI, que disse: "Ah! Para o Brasil, tão vasto e com tão poucos trabalhadores, tem bênçãos especiais. " Em seu retorno, ele foi acompanhado pelo novo missionário Pe.  Agostino Gastaldo. A alegria do povo pelo seu retorno foi tão grande que as pessoas pagaram a viagem completa.

Ao longo de 1927, ele se esmerou em outras regiões distantes da sede paroquial, a cavalo ou em Biroccio, surpreendendo-se  com as grandes manadas de vacas, de  ovelhas para lã (merino), e cavalos crioulos. Se admirou pela quantidade de pombas, papagaios gritando, perdizes. A variedade de aves surpreendeu e também as espécies similares do avestruz chamado de "ema". Ele parou por vários dias em cada rancho para ensinar e administrar todos os sacramentos da iniciação e casamento. E, em seguida, partia novamente. Nem sempre conseguiu fazer uma visita anual a cada "rancho".

O clima quente ou chuvoso, ou frio, enchentes que inundaram tudo, não o seguraram. Em 04/05/1927  se aposentou e voltou para a Itália o Pe. Luigi Balbi, muito amado pelo povo. E Pe. Umberto ficou com apenas cinco confrades, enquanto o Equador já havia crescido para 13.

Pela metade  de novembro de 1927, Dr. Celeste Gobbato, superintendente de Caxias do Sul, faz a Pe. Umberto Pagliani a primeira oferta concreta de Ana Rech, uma vez que os salesianos não aceitou a oferta. Ele escreveu imediatamente ao Padre Geral. Enquanto isso, uma comissão de Ana Rech estava em Porto Alegre para falar com o Arcebispo Mons. Giovanni Becker. Houve uma rica troca de cartas entre Dr. Gobbato e Pe. Umberto que enviou Pe. Agostino Gastaldo uma visão da oferta e condições. Com retorno entusiasmado e positivo do P. Agostino, P. Umberto solicitou a aprovação do Padre Geral. Em 30 de abril veio um cabograma do Superior Geral P. Girolamo Apolloni: "Sim aceitem. São José e Murialdo acompanhá-los-ão na nova fundação. "

Em 10/071928, Pe. Agostino tomou posse da Paróquia de Ana Rech como pároco e da Itália em 19/12/1928 deixou a caravana para Ana Rech:  Pe. Girolamo Rossi, Irmão Ermenegildo Schiavo, e o irmão Giuseppe Gasparini. Em 03/01/1929 em Ana Rech estavam começando aulas no Colégio Murialdo.

Este trabalho foi o passo decisivo para a expansão dos Josefinos no Brasil. eterna gratidão a Deus, a São José, São Leonardo Murialdo e o Superior Geral Pe. Umberto Pagliani!

P. Umberto criou em Jaguarão a personalidade jurídica dos Josefinos no Brasil sob o nome de "Instituto Leonardo Murialdo (ILEM)". Foi registrada em 22/10/1930. Os bens poderiam ser  intestados  à Congregação e podia-se  registrar pessoas para o serviço !

Em 1931 o Pe. Umberto participou do Capítulo Geral VIII (entre 5 de Maio de Rivoli e Turim até 8 de agosto). Ele voltou para o Brasil com dois novos missionários: Pe.  Giovanni Schiavo e  Pe. Girolamo Pianezzola.

Em 1932 ele com grandes esperanças e já com os primeiros 4 postulantes  começou  o  Noviciado com o Padre Giovanni Schiavo em 19 de março.

Era 08 de fevereiro de 1932: dia fatídico para a juventude e promissora missão do Brasil depois de dois meses de curta doença, morreu o Padre Umberto Pagliani, com 49 anos de idade e 26 anos de sacerdócio, 16 deles no Brasil.

A Província Brasileira honra e agradece  ao grande e ótimo missionário Pe. Umberto Pagliani para seus 24 anos de vida missionária, 16 deles no Brasil e por ter conseguido a abertura de Ana Rech, muito importante para o desenvolvimento da Congregação no Brasil e seus 10 anos de animação da Missão do Brasil.

Descansa em paz no túmulo de família Jaguarão.