AUGUSTO ROSSI, Ir.
5ª Légua, Santa Corona, Caxias do Sul, RS - Brasil, 01 de dezembro de 1928
Caxias do Sul, RS - Brasil, 24 de setembro de 2011
82 anos de idade e 61 de religioso Josefino

Foi um dos primeiros confrades irmãos da província. Nasceu na 5ª Légua, Santa Corona, Caxias do Sul, no dia 01 de dezembro de 1928. Era o 5º dos seis filhos do casal João Baptista Rossi e Maria Madalosso; gêmeo com o Francisco, “Chico”. Com apenas 41 dias ficou órfão de pai e com sete anos perdeu também a mãe. A partir de então, foi educado pela família do tio Carlos Rossi, no Travessão Cremona em de Ana Rech.

Depois de conhecer e admirar o trabalho dos Josefinos, começou a ajudar o Ir. Ângelo Argenta, no Colégio Murialdo nas lidas da roça, parreirais e animais. Um ano depois, em 1941, com menos de 12 anos, ingressou no convento Della Santissima Trinitá, 1ª casa do Josefinos de Murialdo em Ana Rech.

Em 1942 foi para o seminário de Fazenda Souza, onde foi recebido pelo Pe. João Schiavo, mais tarde este foi seu confessor e diretor espiritual. Além de estudar, ajudava na horta, na cozinha, na farmácia do Seminário; era sacristão no seminário e na paróquia; também ajudava na limpeza do quarto do Pe. João Schiavo. Um ano depois, por motivos de doença, suspendei estudos, mas continuou sendo o ofice boy do Pe. João e fac-tótum do seminário. Ainda seminarista, com 17 anos, de 1946 e 1947 trabalhou como assistente dos alunos internos no recém-fundado, Colégio São José, administrado pelos Josefinos, em Canela, RS.

Em 1949 fez noviciado em Conceição da Linha Feijó, Caxias do Sul e no dia 22 de fevereiro do ano seguinte fez os primeiros votos, ingressando na Congregação dos Josefinos de Murialdo. Emitiu os votos perpétuos no Seminário de Fazenda Souza, dia 15 de janeiro de 1956.

Apostolado

1950 a 1956 - Abrigo de Menores São José, hoje Centro Técnico Social, Caxias do Sul. Lá trabalhou na limpeza e manutenção geral; ajudou na implantação da gráfica e aprendeu o ofício das artes gráficas. Nos anos de 1954 e 1955 a instituição viveu momentos muito difíceis, precisando pedir ajuda nas casas e empresas de Caxias do Sul e arredores para a manutenção dos meninos pobres internos. Continuamente o Ir. Augusto lembrava e falava desse período em que ele, diariamente, saía para buscar ajuda para sustento dos internos do Abrigo de Menores.

1957 a 1969 – Em 1º de março de 1957 foi transferido para a Obra Social de São José de Murialdo em Porto Alegre (RS). Na capital gaúcha, uma das suas primeiras atividades foi colaborar na abertura de uma nova gráfica da congregação, onde, segundo ele, ensinava o ofício da encadernação aos meninos pobres da obra; entre estes estava o atual jornalista, Caco Barcelos, com o qual sempre manteve estreita amizade. Durante os doze anos naquela obra dos Josefinos, completou os estudos do Ensino Médio, fez o cursos de Enfermagem, Técnico em Contabilidade e se aperfeiçoou em Artes Gráficas. Na sua sala de enfermagem, no recreio atendia os alunos e nas tardes e finais de semana, atendia pobres do Bairro Partenon, nos serviços básicos de saúde.

Em 1963 participou em Roma da beatificação de Leonardo Murialdo e, em 1998 voltou para Itália para um período de formação permanente.

1969 a 2004 – Durante quase 36 anos trabalhou no Colégio Nossa Senhora Mãe dos Homens de Araranguá (SC), hoje Colégio Murialdo. Lá, por 27 anos foi tesoureiro da obra. Foi incansável batalhador na busca de recursos nos órgãos públicos para que o colégio pudesse oferecer bolsas de estudos aos alunos mais pobres. Em Araranguá exerceu também a função arquivista, repógrafo do colégio e da província; nos finais de semana exercia a missão de ministro da Palavra e da Eucaristia em comunidades da paróquia.

Durante um mês no ano de 1970, juntamente com outros dois Josefinos, participou, como enfermeiro, no projeto missionário, chamado “Diáspora”, em diversas localidades de São Geraldo do Araguaia e agrovilas da Transamazônica.

No dia 25 de novembro de 2004, em reconhecimento aos seus esforços no envolvimento na condução da instalação do campus da Universidade do Sul Catarinense, recebeu o título de “cidadão benemérito” de Araranguá.

2005 a 2011 - Desde março de 2005 estava na Casa Provincial em Caxias do Sul, onde era arquivista e bibliotecário. Em 2006, ele o colega, Ir. Valdomiro Tadiello, reuniram os confrades, familiares e amigos para celebrar as Bodas de Ouro de Profissão Perpétua.

Doença

Nos últimos seis anos lutou contra câncer da próstata. Os tratamentos, sobretudo, da radioterapia, deixaram-no muito vulnerável porque trouxeram várias sequelas. No entanto, não limitou suas atividades de arquivista e bibliotecário e tão pouco deixou de fazer e cultivar as boas amizades. Além das suas atividades normais dedicou-se à coleta de informações para escrever e história da família Madalosso (materna); anualmente participava e estimulava a participação nos encontros dos descendentes da referida família. Jamais deixou de visitar e consolar confrades ou amigos enfermos, quando não podia se fazer presente, mandava recados ou telefonava. Deve-se registrar que o Ir. Augusto, não obstante a idade, estava ingressando nas redes sociais de comunicação. Quando não conseguia, fazia-se ajudar. 


Sua vontade de viver superou as limitações físicas e as previsões da medicina. Seguia a risca as orientações medicas. Não poucas vezes, diante dos poucos resultados dos tratamentos prescritos, questionava a eficácia da medicação exigia alternativas. Nos últimos dois anos, quase que diariamente, tinha compromisso marcado, ora com os médicos, ora com os laboratórios e farmácias. A internação hospitalar começou a ser frequente. Enquanto pode deslocava-se sozinho, depois, quando as forças começaram a faltar não se constrangia em exigir pontualidade dos confrades que o conduzia ao compromisso marcado nas consultas médicas, exames e outros.

O ano de 2011 foi marcante. A precariedade de suas funções fisiológicas exigia uma verdadeira liturgia matinal para poder se deslocar e noturna para o repouso. Para surpresa dos profissionais da saúde inventou uma engenharia própria para suprir as necessidades e sem exigir a presença de auxiliares. Mas, a partir do mês de abril precisou da presença e ajuda de alguém da casa durante a noite. E, desde meados de julho passou a contar com cuidadores permanentes no período da noite e a partir de mês de agosto também à noite.

Hospitalizado desde 31 de agosto, continuou sendo assistido continuamente por confrades, cuidadoras e equipe médica até o dia 24 de setembro, às 23h55min, quando veio falecer serenamente, com 82 anos, no Hospital Saúde de Caxias do Sul. A causa mortis foi a falência múltipla de órgãos, vítima do câncer de próstata, com metástase.

Seu corpo foi velado na Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora de Caravággio, Ana Rech - Caxias do Sul (RS). Foi sepultado no Jazigo da Congregação dos Josefinos de Murialdo, no Cemitério de Ana Rech, Caxias do Sul, RS.

Ir. Augusto Rossi, amigo, irmão e pai dos pobres. Soube fazer e cultivar boas amizades; incentivava os vocacionados à vida religiosa e sacerdotal; nutria grande amor pela vida e pelas atividades que exercia. Desafiava as doenças porque gostava de viver; grande devoto de Nossa Senhora, não descuidava das orações diárias.

Deus o recompense por tudo o que fez para a Congregação, para Igreja, e o acolha no seu coração e braços misericordiosos.

(Pe. Raimundo Pauletti) - Provincial