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“São José: o pai, o artesão, o educador” é tema de palestra com Leonardo Boff
Na segunda-feira, dia 08 de fevereiro, às 20h, acontece uma palestra on-line com o teólogo Leonardo Boff sobre “São José: o pai, o artesão, o educador”, com transmissão pelo YouTube da Domus ASF, no seguinte link: www.youtube.com/watch?v=1cNylT8vYHc&feature=youtu.be
A ação faz parte das comemorações do Ano de São José - 8 de dezembro de 2020 a 8 de dezembro de 2021 -, convocado pelo Papa Francisco com a publicação da Carta Apostólica Patres corde – com o Coração do Pai.
Para Boff, São José “É o santo dos anônimos, dos trabalhadores que falam com as mãos, do silêncio operoso e da discrição; aquele que assume a paternidade terrena de Jesus. Dele não temos nenhuma palavra, apenas sonhos. Hoje, a humanidade inteira está recolhida, ocasião para pensar sobre o sentido da vida e de nossa relação com a Terra. São José é o santo da família reunida, como atualmente as famílias têm que se reunir em suas casas para proteger-se da contaminação da covid-19”, reflete Boff.
Não perca. Convide sua família, amigos e comunidade e participe!
Link de transmissão: www.youtube.com/watch?v=1cNylT8vYHc&feature=youtu.be
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CNBB promove Dia de Oração pela pandemia da Covid-19
Na terça-feira, dia 2 de fevereiro, sob o tema central “Manter a luz da Esperança”, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza o Dia de Oração diante da pandemia da covid-19. Na liturgia da Igreja, o dia marca a festa da Apresentação de Jesus no templo e também é dedicado à memória de Nossa Senhora da Luz.
Segundo o bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, a data foi escolhida pela entidade para pedir a intercessão da virgem Maria e de São José para fortalecer a esperança dos brasileiros frente às incertezas provocadas pelo contexto imposto ao mundo pelo novo Coronavírus. “Queremos, com este dia de Oração, pedir a Deus para alimentar a nossa esperança e ânimo para nos mantermos firmes no enfrentamento à pandemia”, disse.
Como símbolo e para estar em comunhão, a CNBB pede que, durante a programação do dia, os fiéis acendam uma vela. À noite, durante a oração do terço, pede-se que a vela, protegida contra o vento, seja colocada em um lugar visível, em uma janela, por exemplo. A ideia, segundo dom Joel, é que, ainda que pequena, a luz se irradie para as outras pessoas como sinal de esperança. Pode-se compartilhar, nas redes sociais, uma foto com a hashtag #LuzdaEsperança.
Programação do Dia de Oração
A programação tem início às 9h, com uma Missa no Santuário Nossa Senhora da Piedade, na capital mineira, presidida pelo arcebispo da arquidiocese de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo. Às 17h, a CNBB realiza uma live que buscará refletir sobre as fontes que alimentam o ânimo e a esperança neste tempo de pandemia.
Participam desta live, o frei Paulo Batista, membro da Fraternidade São Francisco de Assis na providência de Deus; Salésio e Angelita, casal da Pastoral da Família de Santa Catarina; Mariana Azevedo, da Pastoral dos Surdos; Artur Vinícius e Estephany Maria da Silva, adolescentes da Infância Missionária; e a Cristiane Araújo Queiroz, secretária executiva do Regional Norte 2 da CNBB. O momento poderá ser acompanhado pelas redes sociais da CNBB.
Direto do Santuário Nacional de Aparecida (SP), às 19h, será realizado o Terço. Para este momento, a CNBB pede que em cada casa seja, dentro do possível, colocada uma vela acesa em uma das janelas. A oração do terço será transmitida, ao vivo, pela TV Aparecida. A programação encerra-se às 21h, com a Oração da Noite, rezada da Capela Nossa Senhora Aparecida, na sede da CNBB, em Brasília, pelo secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado e convidados. A atividade será transmitida ao vivo pelas redes sociais.
MOMENTOS DE ORAÇÃO:
• 9h – MISSA do Santuário Nossa Senhora da Piedade, presidida pelo presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, gerada pela TV Horizonte e retransmitida pelas tvs católicas Evangelizar, Nazaré e Pai Eterno.
• 17h – LIVE sobre as fontes de ânimo em tempo de pandemia, com transmissão pelas redes sociais da CNBB.
• 19h – TERÇO do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, transmitido pela TV Aparecida. Para este terço, a CNBB pede que em cada casa seja, dentro do possível, colocada uma vela acesa em uma das janelas, de modo que, ainda que pequena, a luz irradie para as outras pessoas.
• 21h – ORAÇÃO DA NOITE, da Capela Nossa Senhora Aparecida, na sede da CNBB, em Brasília, com transmissão pelas redes sociais da CNBB.SERVIÇO:
Dia de Oração diante da pandemia: “Manter a luz Esperança”
Data: 2 de fevereiro de 2021, terça-feira
Horários: Às 9h, 17h, 19h e 21h.Acompanhe nas redes sociais da CNBB:
Facebook: CNBBNacional
Youtube: CNBB Oficial
Twitter: CNBB NacionalFonte: cnbb.org
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Noviços professam Votos Temporários na Província Brasileira
Nesta quinta-feira, dia 07 de janeiro de 2021, os noviços Danian Emmanuel Gusman, natural da Argentina e da província Argentino-Chilena; Gean de Jesus Santiago Barbosa, de Paramirim (BA) e Ricardo Silva de Carvalho Júnior de Horizonte (CE), da província Brasileira, professaram os primeiros votos religiosos manifestando publicamente, sua adesão radical ao seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo por meio dos Conselhos Evangélicos de pobreza, obediência e castidade na Congregação de São José (Josefinos de Murialdo). Eles foram apresentados pelo mestre do Noviciado, Pe. Gabriel de Souza.
A solenidade aconteceu, às 10 horas, na Capela do Beato João Schiavo, em Fazenda Souza (Caxias do Sul – RS) e foi presidida pelo provincial da província Brasileira, Pe. Marcelino Modelski e concelebrada por dezenas de sacerdotes que estavam concluindo os exercícios espirituais. Observando os protocolos de vigilância sanitária, em função da pandemia da Covid-19, a celebração contou com representantes da família de Murialdo como dos Leigos Amigos de Murialdo, Irmãs Murialdinas de São José, educadores do Murialdo Santa Fé (comunidade de inserção do Noviciado), religiosos de outras Congregações e representantes da comunidade local.
Os professandos Damian Emanuel, Gean e Ricardo escolheram, respectivamente, como lema: “Tu me seduziste Senhor, e eu me deixei seduzir, foste mais forte do que eu, e me venceste.” (Jr 20,7); “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi” (Jo 15,16) e “Em seguida ouvi a voz do Senhor que dizia: ‘Quem hei de enviar? Quem irá por nós?’, ao que respondi: ‘Eis-me aqui, envia-me a mim’”.
Na homilia, o provincial falou da alegria em receber os três novos membros na Congregação e disse: “Sigam os passos de Jesus, este é um caminho seguro, sem trevas e que precisa ser renovado todos os dias; contem com os confrades em vossas vidas e queremos sempre mais formar uma bem unida família religiosa”. Após, ele convidou o Pe. Geraldo Boniatti para ler a mensagem recebida de alegria e boas-vindas do padre geral, Túlio Locatelli.
Durante a celebração, também foi apresentada a intenção e a gratidão às famílias dos professos que, devido à pandemia, não puderam se fazer presentes, bem como em comunhão com a Província Argentino-Chilena. Além disso, na Ação de Graças, os professos prestaram uma emocionante homenagem póstuma ao então mestre do Noviciado, Pe. Antônio Lauri de Souza, que faleceu em 11 de outubro, e que até os últimos momentos da enfermidade se fez presente dando testemunho fiel de “amigo, irmão e pai”.
Aos novos fratres nossa prece, carinho e estima e que sejam muito felizes no Seguimento de Jesus Cristo, vivenciando a vocação por meio do carisma e missão da Congregação de São José - Josefinos de Murialdo.
Você pode assistir a Santa Missa no youtube, pelo link: https://youtu.be/Sk9vRwTfVz4
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Jubileu sacerdotal: padres celebram 50 e 25 anos de ordenação
“Dai graças ao Senhor porque Ele é bom” (Sl 117)
Nos dias de hoje falar “para toda a vida” pode soar estranho, mas “para Deus tudo é possível”. É tão possível que no sábado, dia 9 de janeiro de 2021, às 18 horas, foram celebrados os 50 anos de vida sacerdotal do Pe. Geraldo Boniatti, natural de Caxias do Sul (RS) e ordenado no dia 03 de abril de 1971, em Viterbo, na Itália e os 25 anos de vida sacerdotal do Pe. Carlos Wesller, ordenado no dia 24 de dezembro de 1995, na cidade natal de São Ludgero (SC); do Pe. Lídio Roman e Pe. Marcelino Modelski, ordenados no dia 07 de janeiro de 1996, em Vista Alegre do Prata (RS); do Pe. Geraldo Canever, ordenado no dia 23 de dezembro de 1995, em Orleans (SC) e Pe. Roberto Carlos Mossi, ordenado dia 21 de janeiro de 1996, na cidade de Fagundes Varela (RS). Na celebração, Pe. Roberto, por força maior, não pode se fazer presente.
A solene celebração jubilar, em comunhão com toda a Família de Murialdo, familiares e amigosaconteceu na Capela do Seminário de Fazenda Souza (Caxias do Sul – RS). Ela foi celebrada pelo jubilando Pe. Geraldo Boniatti, concelebrada pelo provincial, também jubilando, Pe. Marcelino Modelski, demais jubilandos e sacerdotes presentes. A animação, os cantos e o rito solene tornou o momento de ação de graças muito emocionante.
Na homilia, cada jubilando deixou o seu depoimento referente à sua caminhada vocacional, dentro o qual, destacamos.
PE. MARCELINO MODELSKI: “Glorificado seja o Senhor pelas maravilhas que dignou-se realizar contando com minhas imensas fraquezas. Diariamente, o Senhor me despertou para a vida, pela mão me conduziu e sustentou, com sua Palavra me alimentou e recriou. Pela sua graça foi possível chegar até aqui. Renovo o desejo de continuar emprestando minha vida para o serviço e minha voz para que o Evangelho seja ouvido e acolhido”.
PE. CARLOS ALBERTO WESSLER:“Tudo é Graça, Deus é amor” (S.L. Murialdo). São 25 anos de uma história de amor, de doação, de trabalhos diários, de discipulado e de missão na escuta e no anúncio da Palavra de Deus, de culto litúrgico e de revelação do rosto paterno de Deus junto às crianças, adolescentes, jovens e povo de Deus. Peço a cada dia o dom da sabedoria para compreender aonde e como Deus fala hoje e a capacidade de servir com amor ao próximo. Nestes 25 anos tive a oportunidade de ser “amigo, irmão e pai” para as crianças, adolescentes e jovens e, nos últimos tempos, aos formandos. Que São José, Nossa Senhora, São Leonardo Murialdo e o beato João Schiavo intercedam por mim e por todos os colegas jubilandos.
PADRE LÍDIO ROMAN: Quero, diante de Deus, dos confrades e amigos como fiz em todos os dias do sacerdócio render graças pelo amor com que Deus me amou. Peço perdão por todo erro, queda ou vacilação. Quero também, na alegria do sacerdócio, renovar minha promessa sacerdotal de unir-me sempre de novo a Cristo, viver em seu serviço no espírito do Evangelho sendo entre as pessoas, em especial as crianças, adolescentes e jovens, um sinal permanente do amor de Deus.
PE. GERALDO BONIATTI: Na lembrancinha da minha ordenação sacerdotal, de 3 de abril de 1971, em Viterbo, na Itália, eu escrevi: Sacerdote, para ser sinal do amor de Deus entre as pessoas. Devo agradecer a Deus que nestes 50 anos Ele se manifestou com imenso amor para comigo. Agradecer também pelo bem que consegui realizar, pela sua graça, para muitas pessoas: sou um guerreiro pela vida, amo viver e trabalho para que todos possam viver dignamente. Deus me provou, mas nunca me abandonou. A sua graça e o seu amor sempre se fizeram presentes de modo infinito e pessoal. Muito obrigado a todos e minha bênção a cada uma de vocês.
Aos jubilandos, nossa gratidão pela fidelidade à vocação no Seguimento de Jesus Cristo e nossa prece para que tenham saúde e possam viver felizes na missão e carisma de Murialdo.
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Alegria dos “Josefinos de Murialdo” pela Carta Patris corde
O Padre Geral da Congregação de São José – Josefinos de Murialdo, Tullio Locatelli, nesta quinta-feira, 17 de dezembro, concedeu uma entrevista à Radio Vaticano e falou sobre a alegria da família religiosa pela publicação da Carta Apostólica Patris corde, assinada pelo Papa Francisco em 8 de dezembro passado e pela proclamação de um ano especial dedicado a São José.
Leia a entrevista com padre Túlio Locatelli:
São José "lembra-nos da responsabilidade silenciosa dos pais e de como os filhos são presentes e não propriedade". Entrevista com Padre Tullio Locatelli, Superior Geral da Congregação dos Josefinos de Murialdo, que fala sobre a relevância da Carta do Papa Francisco e o Ano de São José
Padre Túlio: Acolhemos esta Carta com grande alegria. A decisão de colocar a figura de São José no centro da reflexão da Igreja, juntamente com tantas outras questões atuais, foi uma grande alegria e uma grande surpresa para todos nós. Várias congregações escreveram ao Papa Francisco pedindo um gesto, um sinal especial, por ocasião do 150º aniversário da proclamação de São José como o santo padroeiro da Igreja universal e, portanto, quando esta Carta chegou com o anúncio do Ano de São José, sentimos verdadeiramente o Papa perto de nós e sentimos ainda mais o compromisso e a responsabilidade de apresentar a figura e a missão de São José. Portanto, muita alegria, grande surpresa, mas também grande responsabilidade, mas estamos felizes com isso.
O Papa fala de José como o homem da presença cotidiana, discreta e escondida. Define-o como um intercessor e um amparo, uma guia em momentos de dificuldade. Será que "passar despercebido" é uma característica deste Santo?
Padre Túlio: Esta característica o torna muito próximo de nós. Nem todos somos celebridades, nem todos estamos nas primeiras páginas. Mas cada um de nós vive uma vida comum, uma vida cotidiana, que não é menos significativa ou menos importante porque não é uma vida no centro das atenções. É bom pensar que quando no Evangelho, Jesus volta a Nazaré, e já é, digamos, um Jesus conhecido e famoso, em Nazaré eles dizem: mas não é este o filho de José? Então é verdade que os trinta anos de Nazaré foram vividos pela Sagrada Família no silêncio do mistério e no mistério do silêncio. Mas as pessoas sabem que Jesus é filho de José, como se dissessem que justamente essa atitude, esse estar em silêncio, guardou, educou, fez Jesus crescer. As pessoas reconhecem, portanto, que tudo isso foi feito por São José. Faz-nos recordar tantos pais e mães, tantas famílias, que no silêncio, deixam uma marca profunda na vida de seus filhos. Isto é muito bonito e é a razão pela qual sentimos que São José está perto de nós, também em nossas vidas normais, diárias - e por que não - inobservadas.
Na carta papal José é definido como um pai no acolhimento e na obediência, mas também como um pai trabalhador e com coragem criativa. Estas são definições que sublinham de forma sem precedentes sua profundidade espiritual.
Padre Túlio: Diria que este é um novo destaque no retrato espiritual de São José. Ele é um santo a quem são atribuídos os adjetivos "operário" e "artesão". O Evangelho menciona este ofício, ao trabalho de São José. É uma circunstância que o torna próximo de nós porque nos mostra que mesmo na Sagrada Família há alguém que é responsável pelos que são menores, mais fracos, mais frágeis e através de seu trabalho ajuda os outros a crescer, ele realmente se coloca a serviço deles. Mas é interessante este conceito de "coragem criativa" que Francisco introduz. Parece-me que o Papa quer nos dizer que José é o homem obediente, mas não é uma obediência passiva, de quem simplesmente o faz, mas de quem coloca toda sua inteligência, sua sabedoria, mas também sua responsabilidade em campo. Não é por nada que o Papa Francisco lembra que, ao voltar do Egito para Nazaré, São José pensou bem qual caminho seguir, que estrada tomar. A sua é uma coragem criativa que não é contrária à obediência, mas é a responsabilidade que se assume obedecendo. Por outro lado, São José é aquele que aceita profundamente um projeto de Deus, portanto, que não é seu. Por isso, sua criatividade não é contrária à obediência, mas expressa responsabilidade em face da obediência. É uma obediência completamente realizada e na qual se realiza a coragem criativa de José. Este aspecto me parece bastante novo. Talvez tenha sido mencionado no passado, mas não em tal profundidade e acredito que ajude os jovens em particular a aceitar a figura do Esposo de Maria.
O Papa sublinha que José nos ensina que a paternidade nunca é um exercício de posse, mas um "sinal" que se refere a uma paternidade superior. Qual é a atualidade desta advertência?
Padre Túlio: Talvez seja uma das advertências mais necessários para compreender o aspecto de serviço que a paternidade e a maternidade têm para com uma criança que é gerada na carne, mas que precisa ser gerada também no espírito. É acima de tudo uma advertência para desenvolver a atitude que se tem em relação a um dom. A criança é um presente e os presentes são para ser bem guardados, para serem defendidos, mas de alguma forma para serem devolvidos. O presente não é meu: é algo que recebi, que me foi dado e que percebo apenas na medida em que participo dele, o compartilho e, portanto, o devolvo. Por trás das palavras do Papa está a ideia de uma paternidade capaz de fazer crescer, educar e deixar partir. Uma paternidade que está ao serviço da vocação, do projeto do filho. Neste modelo de educação há um salto espiritual qualitativo, pois é um convite para descobrir o projeto de Deus. Junto com a geração da carne, há também uma geração do espírito e, portanto, há uma paternidade capaz de ser um sinal e aviso de uma paternidade maior do que a paternidade de Deus. Neste sentido, o casamento também não é um exercício de posse. É interessante que encontramos uma tradução que diz que José levou Maria "com ele" e não "para ele". São José, portanto, se apresenta com um coração livre, aberto e disponível: todos os sinais da paternidade e, antes de tudo, da paternidade de Deus.
Fonte: www.vaticannews.va/
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Papa convoca o “Ano de São José”
Para celebrar os 150 anos da declaração do Esposo de Maria como Padroeiro da Igreja Católica, o Papa Francisco convoca o "Ano de São José" com a Carta apostólica “Patris corde – Com coração de Pai”. O ano dedicado ao Esposo de Maria, iniciou no dia 08 de dezembro de 2020 e segue até 8 de dezembro de 2021.
Pai amado, pai na ternura, na obediência e no acolhimento; pai com coragem criativa, trabalhador, sempre na sombra: com estas palavras, o Papa Francisco descreve São José. E o faz na Carta apostólica “Patris corde – Com coração de Pai”.
Com o decreto Quemadmodum Deus, assinado em 8 de dezembro de 1870, o Beato Pio IX quis dar este título a São José. Para celebrar esta data, o Pontífice convocou um “Ano” especial dedicado ao Pai de Jesus.
Protagonismo sem paralelo
A Carta apostólica traz os sinais da pandemia da Covid-19, que – escreve Francisco – nos fez compreender a importância das pessoas comuns, aquelas que, distantes dos holofotes, exercitam todos os dias paciência e infundem esperança, semeando corresponsabilidade. Justamente como São José, “o homem que passa desapercebido, o homem da presença cotidiana discreta e escondida”.
E mesmo assim, o seu é “um protagonismo sem paralelo na história da salvação”. Com efeito, São José expressou concretamente a sua paternidade ao ter convertido a sua vocação humana “na oblação sobre-humana de si mesmo ao serviço do Messias”. E por isto ele “foi sempre muito amado pelo povo cristão” (1).
Nele, “Jesus viu a ternura de Deus”, que “nos faz aceitar a nossa fraqueza”, através da qual se realiza a maior parte dos desígnios divinos. Deus, de fato, “não nos condena, mas nos acolhe, nos abraça, nos ampara e nos perdoa” (2). José é pai também na obediência a Deus: com o seu ‘fiat’, salva Maria e Jesus e ensina a seu Filho a “fazer a vontade do Pai”, cooperando “ao grande mistério da Redenção” (3).
Exemplo para os homens de hoje
Ao mesmo tempo, José é “pai no acolhimento”, porque “acolhe Maria sem colocar condições prévias”, um gesto importante ainda hoje – afirma Francisco – “neste mundo onde é patente a violência psicológica, verbal e física contra a mulher”. Mas o Esposo de Maria é também aquele que, confiante no Senhor, acolhe na sua vida os acontecimentos que não compreende com um protagonismo “corajoso e forte”, que deriva “da fortaleza que nos vem do Espírito Santo”.
Através de São José, é como se Deus nos repetisse: “Não tenhais medo!”, porque “a fé dá significado a todos os acontecimentos, sejam eles felizes ou tristes”. O acolhimento praticado pelo pai de Jesus “convida-nos a receber os outros, sem exclusões, tal como são”, com “uma predileção especial pelos mais frágeis” (4).
“Patris corde” evidencia, ainda, “a coragem criativa” de São José, “o qual sabe transformar um problema numa oportunidade, antepondo sempre a sua confiança na Providência”. Ele enfrenta os “problemas concretos” da sua Família, exatamente como fazem as outras famílias do mundo, em especial aquelas migrantes. Protetor de Jesus e de Maria, José “não pode deixar de ser o Guardião da Igreja”, da sua maternidade e do Corpo de Cristo: todo necessitado é “o Menino” que José continua a guardar e de quem se pode aprender a “amar a Igreja e os pobres i” (5).
A dignidade do trabalho
Honesto carpinteiro, o Esposo de Maria nos ensina também “o valor, a dignidade e a alegria” de “comer o pão fruto do próprio trabalho”. Esta acepção do pai de Jesus oferece ao Papa a ocasião para lançar um apelo a favor do trabalho, que se tornou uma “urgente questão social” até mesmo nos países com certo nível de bem-estar.
“É necessário tomar renovada consciência do significado do trabalho que dignifica”, escreve Francisco, que “torna-se participação na própria obra da salvação” e “oportunidade de realização” para si mesmos e para a própria família, “núcleo originário da sociedade”. Eis então a exortação que o Pontífice faz a todos para “redescobrir o valor, a importância e a necessidade do trabalho”, para “dar origem a uma nova «normalidade», em que ninguém seja excluído”. Em especial, diante do agravar-se do desemprego por causa da pandemia da Covid-19, o Papa pede a todos que se empenhem para que se possa dizer: ”Nenhum jovem, nenhuma pessoa, nenhuma família sem trabalho!” (6).
“Não se nasce pai, torna-se tal”
“Não se nasce pai, torna-se tal”, afirma ainda Francisco, porque “se cuida responsavelmente” de um filho assumindo a responsabilidade pela sua vida. Infelizmente, na sociedade atual, “muitas vezes os filhos parecem ser órfãos de pai” que sejam capazes de “introduzir o filho na experiência da vida”, sem prendê-lo “nem subjugá-lo”, mas tornando-o “capaz de opções, de liberdade, de partir”.
Neste sentido, José recebeu o apelativo de “castíssimo”, que é “o contrário da posse”: ele, com efeito, “soube amar de maneira extraordinariamente livre”, “soube descentralizar-se” para colocar no centro da sua vida Jesus e Maria. A sua felicidade está no “dom de si mesmo”: nunca frustrado e sempre confiante, José permanece em silêncio, sem lamentações, mas realizando “gestos concretos de confiança”. A sua figura, portanto, é exemplar, evidencia o Papa, num mundo que “precisa de pais e rejeita os dominadores”, rejeita quem confunde “autoridade com autoritarismo, serviço com servilismo, confronto com opressão, caridade com assistencialismo, força com destruição”.
Na décima nota, “Patris corde” revela também um hábito da vida de Francisco: todos os dias, o Pontífice reza uma oração ao Esposo de Maria “tirada dum livro francês de devoções, do século XIX, da Congregação das Religiosas de Jesus e Maria”. Trata-se de uma oração que “expressa devoção e confiança” a São José, mas também “certo desafio”, explica o Papa, porque se conclui com estas palavras: “Que não se diga que eu Vos invoquei em vão, e dado que tudo podeis junto de Jesus e Maria, mostrai-me que a vossa bondade é tão grande como o vosso poder”. A Carta apostólica “Patris corde” é acompanhada da publicação do Decreto da Penitenciaria Apostólica, que anuncia o “Ano de São José” especial convocado pelo Papa e a relativa concessão do “dom de Indulgências especiais”.
Fonte: www.vaticannews.va/